sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Loucos

Loucos pouco ortodoxos aqueles jovens que vestiam roupas pouco usuais, libertinos livres, voando e viajando ao som de músicas que os faziam se desprender do corpo em uma espécie de tranze natural, entorpecidos ou não, de algum remédio que, como um dia cantou o poeta, lhes trazia alegria.

Loucos! Gritavam aqueles que pareciam viver em uma prisão de grades invisíveis, impostas pela sociedade em prol e em nome dos bons costumes. Aqueles olhares julgadores esqueciam de viver suas vidas e serem felizes simplesmente, para observar com ar crítico a felicidade alheia, fazendo valer, mais uma vez, a máxima cantada por outro poeta: Alegria alheia incomoda. Venenosos!

Loucos. Sim, loucos. Mas e daí? Perguntavam uns aos outros entreolhando-se. Aqueles jovens que olhavam para o futuro com a sensação de que qualquer coisa menos que o mundo seria como um coito interrompido. Com ares de que dali para frente tudo seria diferente, mais colorido e cheio de paz e amor.

Loucos? Por pensar que a vida passa, invariavelmente ela passa, e se você não parar para vivê-la, vai perceber que ela se foi, lentamente e de repente? Loucos, por isso eram loucos? Então eles se entreolhavam e perguntavam:

Loucos? Vocês são loucos, diziam e entre risadas voltavam aos seus mundos particulares, bem longe dali.

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