domingo, 12 de dezembro de 2010

Homem versus Homem.

Homem versus Homem.

É uma batalha e tanto.

De um lado o “homem instintivo”, animal. Do outro, o “homem espiritual”, racional.

De um lado sua natureza selvagem, resultado de séculos de evolução carnal, apoiada em um Darwinismo selvagem, na luta pela sobrevivência terrena e pela perpetuação da espécie.

Do outro lado a natureza espiritual, fruto de uma longa caminhada evolutiva em busca da perfeição ou, por ser ela inatingível, a tentativa de se distanciar ao máximo da falta dela, a perfeição!

O homem selvagem caminha há séculos pela terra em busca de sobrevivência, tentando saciar sua sede de vida e sua fome instintiva de prazeres terrenos e passageiros, quase sempre pueris e imperfeitos. Luta não mais pela simples sobrevivência da carne, mas por uma passagem terrena regada e banhada no cálice da água viva das cores do mundo.

O homem espiritual sabe que anda lado a lado com o homem selvagem, mas tenta distanciar-se dele. Tem a absoluta certeza da necessidade eminente de salvar-se se livrando daqueles sentimentos que despertam nele seus instintos carnais e que, se não lhe trazem de volta ao marco inicial da longa caminhada, pelo menos atrasam o longo caminho.

Nesse embate secular, visto e revisto em histórias e re-historias escritas e re- escritas pelos quatro cantos da terra, pelos diferentes tipos de homens, muitos sucumbiram, outros tantos transcenderam e a maioria ainda se encontra em meio à árdua batalha, um tanto perdido, mas procurando se encontrar.

O homem espiritual sabe e conhece a necessidade de lutar contra seus demônios. Fecha os olhos e vê claramente no desenho de sua mente o caminho a ser seguido, mas por vezes acaba sucumbindo às más tendências e se entregando aos vícios da carne. Vícios tão doces e tentadores. Imperfeição.

O homem animal caminha de mãos dadas com seu espírito humano, lembrando-lhe, de tempos em tempos, de que ainda está vivo, de que continua na batalha e que não pretende se entregar tão fácil.

Traz as lembranças daquele mundo cheio de vida, em que os dias pautam-se em noites intensas e intermináveis, que se alimentam na memória das vicissitudes adoráveis, porém passageiras de um trem em que o trilho ruma a um norte desconhecido. Seu desejo de querer mais, desperta a curiosidade de saber aonde esse trilho vai lhes levar e, assim, ele puxa pelos braços o homem espiritual, dizendo: “vem comigo!”

Enquanto isso, o espírito humano relutante busca desvencilhar-se, por saber que em sua consciência o peso do arrependimento será maior que o prazer da experiência. Ele por vezes vence e por vezes é vencido. Nessas horas o choro é inevitável e a reparação necessária, enquanto nas horas da vitória, honras e palmas são ouvidas no fundo de seu orgulhoso universo particular.

A dúvida assola aos dois. A vontade de viver é tão forte quanto a certeza da necessidade de caminhar pelo caminho do bem, do certo e do justo. As portas estão bem diante de todos eles, resta saber qual abrir. A escolha é árdua, algumas portas são mais largas que as outras, mas cabe a eles decidir. Lhes eles foi dado uma faculdade imponderável, o livre arbítrio. A luta continua. Boa sorte e que vença o melhor.

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