segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Viva à nostalgia

A nostalgia, dizem, é o combustível da arte.

Por algum motivo inconsistente e nunca provado cientificamente (ou não) esse sentimento agridoce tragicômico mal explicado vem embalando as mentes dos artistas ao longo dos séculos, responsável pelas maiores obras de artes que descansam com ares de superioridade pelos mais famosos museus ao redor do mundo.

O Louvre agradece à Nostalgia.

A história de bastidores que corre pelas grandes universidades, nesse meio acadêmico movido pela vida alheia é a de que Leozinho, o Da Vicci, após reencontrar um grande amor da adolescência e primeira mulher de sua vida (contam), chegou em sua residência, uma espécie de Flat dos tempos antigos, trancou-se e, em meio a divagações, doces lembranças, lágrimas, suspiros e algumas pinceladas, criou aquela que seria a mais famosa pintura da modernidade. Um quadro para o qual seu autor carinhosamente deu o nome de sua musa inspiradora.

Monalisa de Buonarroti Simoni, era uma menina pobre, camponesa e filha de uma antiga empregada da mãe do pintor. Naqueles anos em que a acne deixava Leozinho com cara de poucos amigos, Mona, como era conhecida no sexto ano do colégio evangelista João de Dio, era a única companheira daquele jovem introvertido e com tendências homossexuais. Deu no que deu.

Poderíamos dedicar uma incontável coleção de linhas a respeito de obras de artes inspiradas e criadas em momentos de nostalgia.

Michelangelo não é apenas conhecido como um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano e considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente. Sabe-se que foi inegavelmente um épico e dantesco chifre inglês o verdadeiro responsável pela sua maior e mais conhecida obra de arte.

Aquela pintura do vasto ciclo do teto da Capela Sistina não seria possível se um aspirante a Lorde, Richard Horns, conhecido em vários Pubs simplesmente como Big Richard (Ricardão, em português) primo segundo do conselheiro para assuntos bélicos de Henrique II, Rei da Inglaterra, não tivesse roubado o coração de Marionella Perlutti de Veneza, uma ex prostituta famosa por suas habilidades manuais não necessariamente artísticas (dependendo do ponto de vista) e grande amor da vida daquele ainda não tão famoso artista Italiano.

Impulsionado por uma dor de cotovelo sem precedentes na história antiga pseudo pós-Iluminista, Miguel Ângelo, como era conhecido, trepou-se no auto daquela capela equilibrando-se em uma desequilibrada torre de madeira canadense engenhosamente mal construída, e pôs-se a desenhar. Anos depois a humanidade era presenteada por uma das mais vistosas obras de arte que o homem já produziu, pra quem gosta desse tipo de coisa.


Não paramos por aí. Temos a quase famosa e pouco conhecida história de uma auxiliar de enfermagem Inglesa, nascida e criada em Liverpool nos anos quarenta.

Se é verdade indiscutível que uma mulher chamada Yoko Ono ajudou a separar os Beatles com suas manias pouco ortodoxas, pouco se fala sobre a irônica noticia de quem foi exatamente uma mulher que ajudou a montar aquele fantástico grupo de jovens músicos Ingleses.

Catiusa Maria de Lourdes, descendente de imigrantes do nordeste brasileiro que atravessaram o Atlântico em busca de uma vida melhor, que com a curiosidade característica daquele povo tão sofrido, queriam ver de perto aquilo que chamavam de Primeira Grande Guerra. “Se é grande mesmo, eu quero ver!” Dizia Seu Raimundo, pai de Kate, como ficou conhecida a auxiliar de enfermagem no pacato hospital de campanha armado pelo exército Inglês.

Foi Cate quem fez o curativo nos dedos de Jonh Lennon enquanto o jovem músico repetia sem parar: “I´ve got blisters on my fingers” (“Eu tenho bolhas ou calos em meus dedos”, traduzindo para um português arcaico) e que o apresentou a seu vizinho Paul, o primogênito da família McCartney que, acompanhado de mais dois amigos, Ringo e Jorge, reuniam-se diariamente no porão de sua casa para praticar o que eles chamavam de Rock ´n Roll. Música barulhenta para os ouvidos conservadores dos vizinhos Cearenses.

E como não poderia deixar de ser, foi exatamente esse sentimento nostálgico pouco descrito artisticamente que inspirou um dos maiores sucessos da banda. Quando Jonh e Paul, juntos repartiam uma colorida e psicodélica viagem de LSD compuseram a música Strawberry Fields forever, Jonh contava a Paul sobre uma mágica plantação de morango que costumava visitar quando criança. Ttudo parecia muito irreal e os campos de morango eram pra sempre.” Dizia Jonh.

Paul, anos depois, confessou que não estava entendendo nada do que dizia seu companheiro de banda e afirmou: “mas aquilo não importava no momento, pois, com minha guitarra nas mãos e um sentimento de nostalgia na alma, os acordes pareciam se encaixar.”

Viram? Viva à nostalgia. Palmas.

Embalados com essa nova idéia, muitos artistas puseram-se a criar o que chamavam de obras de arte e, supostamente, culpavam esse sentimento pelas suas falhas e imprecisões. Daí, fomos obrigados a nos deparar com filmes trashs sem finais felizes e com músicas tipo vai Lacraia e ainda, agüentar o evento sobre humano de assistir a própria dancinha da Lacraia ou Laclaia, como cantava o “artista” graças ao seu problema fonoaudiólogo.

Nessas horas, culpo a cultura de massa, a televisão e o senso comum destorcido por eventos pós-modernos destruidores do bom senso. A nostalgia, nada tem a ver com essas modalidades de “Não-artes” nem impulsiona a criação da música sertaneja e do pagode melódico, essas são simplesmente criações de cornos esporádicos e ponto final.

A verdade final inacabada é que essa teoria de imprevisões e imprecisões não encontra colaboradores sistemáticos e renomados ao redor do mundo, foi pura invenção de uma mente fértil e criativa impulsionada por um sentimento de nostalgia pleno.

Um comentário:

Unknown disse...

ou incentivado por ócio :D


costumo acreditar que 99% dos blogueiros são incentivados pelo ócio criativo.