quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Desconheço





Desconheço e, de tanto desconhecer, passei a perceber aquela pulsante necessidade de sair do ostracismo de quem vê o mundo, sente suas pulsações inquietantes, ouve seus gemidos de dor alheia e – simplesmente – passeia pelos seus quatro cantos indiferentes, como vento que sopra nas velas levando a embarcação no rumo do desconhecido.
Desconheço e exatamente por isso sufoco o desconhecido em busca da informação que tira das trevas da ignorância o coração amargurado na escuridão do saber, amargurado pela falta de oportunidade no horizonte chamuscado, onde a chama do isqueiro que ilumina a noite, baila sobre a penumbra e forma as sombras que as mentes inebriadas pelo álcool e pelas paixões veem através de seus caleidoscópios tão cheios quanto vazios de lógica, dependendo do ângulo que se olha.
Desconheço por opção. Pra tentar ser feliz e fugir como quem corre olhando desesperadamente pra trás, buscando o fantasma do passado que persegue seu futuro não lhe deixando livre para construir o novo, como se ser feliz fosse proibido, como se amar fosse pecado pelo amor que deixou ferido para trás.
Desconheço, ora bolas. Porque desconhecer é dádiva leve da levianidade do saber que leva e eleva para junto e para o alto, para o hoje e para o agora, para parar o ponteiro apressado do tempo que não para, por pura traquinagem do poeta que cantou a vida e morreu de tanto viver, feliz.
Desconheço por mim e por você, desconheço por eles, aqueles que escolheram conhecer e se perderam nas esquinas obscuras de seus egos inflados de conhecimento, tantas vezes tentadoras e inúteis. Tão inúteis quanto nocivas como uma agulha pode ser apontada para um balão de ar cheio de amor.
Desconheço.
Desconhecer, meu jovem, é o que sobrou do jovem que achou que seria jovem para sempre e que, diante do espelho, encara a o que reflete incalculavelmente. Pois o que contou para conta de quem conta a história, não foram os anos que se passaram, mas a intensidade dos tantos e muitos momentos que tiraram e roubaram fôlego.
Desconheço o futuro, o presente é presente de um passado cheio de notas sustenidas e sustentadas em cordas de violas tocadas. Amor? Apenas um. Dor, apenas uma. Felicidades? Incontáveis. Anos? Pouco importa. Culpa? Uma grande. Esperança? Futuro? Perdão? Três pontinhos

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Sinto sua falta...Todos os dias

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Você foi...

Você foi...
O maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci
Você foi...
Dos amores que eu tive
O mais complicado
E o mais simples pra mim
Você foi...
O melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade
Faz lembrar
De tudo outra vez.
Você foi...
A mentira sincera
Brincadeira mais séria
Que me aconteceu
Você foi...
O caso mais antigo
E o amor mais amigo
Que me apareceu
Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...
Me esqueci!
De tentar te esquecer
Resolvi!
Te querer, por querer
Decidi te lembrar
Quantas vezes
Eu tenha vontade
Sem nada perder...
Ah!
Você foi!
Toda a felicidade
Você foi a maldade
Que só me fez bem
Você foi!
O melhor dos meus planos
E o maior dos enganos
Que eu pude fazer...
Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez....

Por tudo que foi...

http://www.youtube.com/watch?v=bPdwRQBzuQM&feature=relatedhttp://www.youtube.com/watch?v=bPdwRQBzuQM&feature=related

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

E eis o tempo

Todo o tempo do mundo.

O tempo e sua relatividade, a partir dos olhos de quem tenta ver, acaba relativizado pelo prazer e dor que o momento exato faz experimentar àquele que tenta enxergar.

Todo o tempo do mundo não parece suficiente para quem precisa apenas de um pedaço de momento, quando o momento exato insiste em acontecer no momento errado.

Todo o tempo do mundo é uma grande perca de tempo para quem só precisa estar no tempo certo e no segundo exato, mas que, no segundo errado acerta o que seria o segundo certo, um segundo atrasado.

Todo tempo do mundo em um mundo onde o tempo nunca é o suficiente, nunca é o suficiente para representar tudo que o tempo construiu com o passar dos tempos.

Maldita vida corrida onde o tempo voa e - com ele - leva o tempo em que o “pra sempre” era um tempo longe demais, longe dos olhos, longe das mãos e longe dos braços e abraços de quem, um dia, sonhou poder sonhar com o infinito.

Na historia, o tempo representa a linha onde os romances desfilam, as mágicas encantam, as mentiras forjam ligeiras realidades mal-acabadas enquanto a realidade se confunde com a ficção, ao vivo, a cores e em high-definition.

Na historia do tempo, a linha que divide os amores foi riscada no compasso dos corações que batiam no ritmo do tic-tac apressado dos relógios que marcaram o “cada segundo” dos ponteiros incansáveis nas voltas que a vida dá e deu e dará.

Há de chegar o tempo em que a falta de tempo não vai ter tanta importância quanto ter tempo para tudo ou ter tempo para nada será nada mais do que areia derramada na ampulheta, basta dar tempo ao tempo.

Tempo – mano velho – relativo que é, relativiza as cores que o céu estampa no crepúsculo dourado da vida e desenha, no alto dos olhos de quem os tem e os usa para ver, um tempo em que as cores representem os corações e as emoções representem a vida e a vida seja desenhada em cores que apenas os corações coloridos possam ver.

E quando esse tempo vier, que seja eterno na medida exata da eternidade e, em sendo eterno, que seja não mais apressado que o bater de asas inquieto do beija-flor que paira e para no ar, sobre nossas emoções e nossos amores e paixões, ora esquecias, ora lembradas nessa gangorra incansável do destino.

E eis o tempo...


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Essa nossa natureza, tão imperfeita .

Essa nossa natureza, tão imperfeita .

Tão imperfeita e que oscila entre dois mundos.
Na maior parte do tempo, ela fica ali. Sossegada e flutuando ao sabor das sensações corriqueiras do dia a dia. Na maior parte do tempo, nossa natureza é trabalhadora, estudiosa, busca percorrer as trilhas do bem nessa selva de pedras onde a historia de nossas vidas vai sendo escrita, desenhada, pintada e cantada, ou seja, vai virando arte.
Na maior parte do tempo, nossa natureza é calma e controlada, sabe por onde andar e, quando olhamos no espelho, enxergamos aquilo que esperamos ver. É verdade, na maior parte do tempo, somos quem podemos ser e queremos.
Mas de tempos em tempos - por vezes tempos bem espaçados, por hora, cada vez mais corriqueiramente - nossa natureza coloca suas garras de fora, mostra os dentes e relembra a fera que existe dentro de alguns de nós. Nos agarra e puxa para o fundo de um oceano escuro de paixões e, com um tapa na cara, nos faz acordar e nos leva para longe da paz de espírito que construímos. E, assim, erramos.
E errando andamos pelos tortuosos caminhos onde as escolhas passam por portas largas, fáceis e acessíveis. E errando seguimos alimentando a fera que inebria os sentidos, confunde os sentimentos, tapa a visão e nos conduz pelas trilhas das emoções como se a consciência não fosse nada mais do que uma voz ao fundo que tenta (sem sucesso) tirar  o lenço que tapa nossos olhos e nos impede de enxergar o caminho do justo para que, assim, possamos seguir em frente, errando.
E seguimos, cada vez mais, sentindo a falsa felicidade que nos bate à porta sempre que estamos lá, de braços e abraços com o desconhecido em um universo cintilante que pulsa e enche o âmago com um sentimento passageiro, como em um filme onde a trilha sonora é tão  envolvente que não prestamos atenção nas imagens filmadas dos ângulos errados.
Essa nossa natureza, tão imperfeita.
Tão imperfeita que exige que cada um que tome as decisões acertadas nas horas que mais nos parecem erradas. É a eterna ironia da alma. É o livre-arbítrio que nos coloca diante do abismo sem fim, onde pular pode ate não ser a única opção, para quem realmente acredita que pode voar.
E aí seguimos em frente, cada um lutando contra e - ao mesmo tempo - a favor dessa sua natureza selvagem que, invariavelmente, vai te levar ao encontro de você mesmo, seja lá quem você for.